15 de jun. de 2008

Africa poema SEDE

deixe escorrer esse sangue
que ele rega minha alma

lavra meu sonho

ceifa minha calma


deixe escorrer esse sangue

que ele lava nosso caminho

encobre essa agonia

resseca nosso destino


deixe escorrer esse sangue

que escarnece da minha dor

subjuga minha índole

dilacera esse amor


deixe escorrer esse sangue

que cala essa voz altiva

sacia essa minha sede

justifica essa doutrina


deixe escorrer esse sangue

que sorveu minha desgraça

ocultou meu nome

matou minha raça


deixe escorrer esse sangue

que enlameia meu tempo

escraviza meu corpo

mercadeja meu medo


deixe escorrer esse sangue

que mutila o meu passado




Nenhum comentário: